O problema metafísico da identidade

A filosofia em destaque

O problema metafísico da identidade

O professor Luís Veríssimo, um dos autores dos manuais de filosofia e psicologia usados pelos nossos alunos, esteve entre nós!

Quando o grupo de filosofia lançou o repto ao professor Luís Veríssimo no sentido da realização de uma palestra sobre um tema filosófico, e este, entusiasmado, aceitou, colocou-se em movimento um evento - talvez apenas comparável a um "big bang" filosófico - que deixou comprovadas marcas em todos os que o presenciaram (e a ele concederam a devida atenção).
O tema escolhido não era fácil. De todo! Mas os jovens alunos das turmas dos 10ºC, 11ºA e 11ºB, estiveram à altura do acontecimento. Falar de metafísica era já puxar pelos galões linguísticos - a palavra significa "para lá daquilo a que chamamos natureza (ou mundo físico)", e diz respeito a uma das disciplinas filosóficas que aborda problemas específicos dentro do todo a que se chama filosofia (etimologicamente amor pela sabedoria). Mas falar de um problema que está na ordem do dia, o da identidade, visto sob esta outra luz - a da curiosidade, a do espanto, ou mesmo a de alguma estranheza - requeria o talento e a paixão demonstrada por Luís Veríssimo. A sensação de todos foi a de que a palestra terminou antes do tempo... logo agora que estávamos interessados em saber mais!
Podemos chamar para aqui Einstein, ainda que só por gracejo, e dizer que o tempo é relativo. Ou invocar uma expressão idiomática inglesa: Time files when you are having fun!
Foi a isso que assistimos. Um público espontaneamente participativo, com ideias à altura. Um orador dinâmico, bem disposto, que deu latitude à discussão entre os diversos participantes e, reconhecendo que havia mais diapositivos na apresentação, comparou o andamento lento dos conteúdos à capacidade e qualidade das intervenções do auditório - lento não é sempre mau!

 O que os alunos escreveram...

"Durante a palestra, foi discutido o conceito de identidade e de pessoa. Conceito de identidade, para a filosofia, é a relação que cada coisa tem apenas consigo mesma. A noção de identidade faz surgir um número de problemas filosóficos, incluindo a identidade dos que não se podem mudar e questões sobre mudança e identidade pessoal através do tempo.
Foi referido pelo autor que “pessoa” é o ser pensante, dotado de razão e reflexão, que pode reconhecer-se a si mesmo, agora, como o mesmo eu que era antes, e que essa ação passada foi executada pelo mesmo "eu" que reflete, agora sobre ela, no presente. (...) 
Esta palestra foi bastante útil e interessante uma vez que nos permitiu conhecer o autor do nosso manual, assim como foram interessantes os seus ensinamentos com exemplos e conversa que foi tendo com os alunos." - Alexandra Mardari

"Nesta conferência, o ponto que me chamou mais à atenção foi: “o conceito de identidade”.
Identidade é um conjunto de aspetos que distingue o indivíduo dos outros, de modo a este ser único. É, também, o conjunto de padrões diferenciados de comportamentos, pensamentos, atitudes e emoções relativamente estáveis." - Daniela Laranjeira

"Logo em seguida pôs o problema em cima da mesa: Seja x uma pessoa humana que existe num determinado momento, digamos t1 e y algo que existe num dado momento posterior, digamos em t2, necessariamente, x=y se e somente se... (dois modos de nos referirmos à mesma pessoa).
Ora, para se tentar responder a este problema o público contribuiu para tal. Começando por alguém ter dito: nome. O nome até podia ser uma maneira de nos referirmos à mesma pessoa caso ela o tenha trocado, afinal continua a ser a mesma só que com um nome diferente. Mas não, não era essa a resposta, uma vez que não sabemos o seu nome anterior e não sabemos se foi ela que esteve em tal dia presente em tal momento. (...) Gostei imenso de ter estado presente neste momento, pois foi incrível conhecer Luís Veríssimo e ainda aprender um pouco sobre a identidade." - Emília Fernandes

"Outra resposta que podemos dar a este problema da identidade pessoal é o animalismo - mesmo existindo apenas um organismo, são duas pessoas diferentes tendo diferentes ligações psicológicas porque, lá está, uma pessoa é uma e somente uma pessoa. (...)
Concluindo a minha opinião acerca da conferência, retenho que somos a mesma pessoa, se e somente se, houver ligações psicológicas; também tenho a referir que o tema é bastante interessante e passei a compreender um pouco mais de quem sou." - Jéssica Marques

Grupo de Filosofia (410)