Os jovens e o cansaço
Fatores Responsáveis pelo Cansaço nos Jovens dos Nossos Dias
É verdade que somos todos sujeitos a rotinas insensíveis ao nosso bem-estar. Desde o estudo até às nossas responsabilidades pessoais... Tudo isto só é agravado quando temos objetivos e expetativas que nos parecem impossíveis de alcançar. A constante pressão de ter de agradar a todos (pais, professores, familiares, até a nós próprios) é muitas das vezes problemática e põe em causa não só a nossa rotina, que fica sobrecarregada com tarefas, mas também a nossa saúde mental e autoestima. Todos estes fatores contribuem para o nosso cansaço e fadiga, tanto físico como psicológico/emocional.
Acredito que isto é algo que deve ser tratado. É injusto ter que chegar aos dezassete anos e ver que a minha adolescência foi passada a tomar conta de responsabilidades que poderiam ter sido evitadas se a nossa sociedade tivesse mais consideração pelos jovens. Não cabe na cabeça de ninguém ter um menor de idade a trabalhar a tempo inteiro, então porque haveríamos nós de ser obrigados a escolher o nosso caminho de vida profissional aos catorze anos, no início do secundário? Por favor... Uma grande parte do que faz crescer é errar, e, a este ponto, sendo que temos várias decisões importantes à nossa frente, acabamos por nem sequer ter direito a cometer erros. Não temos tempo suficiente para crescer. As expetativas colocadas em nós excedem muitas vezes as nossas capacidades, e, no fim, é claro que acabamos por andar cansados (se não pior do que isso).
Todo este mal-estar poderia ser alterado se aqueles que nos rodeiam deixassem de nos ver como pré-adultos e sim como adolescentes/menores de idade. Grande parte dos problemas que encontramos na nossa vida derivam de uma sobrecarga emocional posta em nós pela escola e pelas nossas famílias. Acredito plenamente que tanto as expetativas da escola como as dos nossos familiares são positivas: só nos querem ver a ter sucesso. Mas, quando estas se tornam numa obrigação, fazem com que deixemos de ter tempo sequer para existir connosco próprios, ou pensar naquilo que NÓS queremos para as nossas vidas.
Assim, concluo que o cansaço com que vivemos tem uma solução: uma mudança radical na perspetiva que os adultos têm sobre os jovens. Só assim poderemos alterar esta realidade e, consequentemente, eliminar o cansaço com que nós (jovens) vivemos.
Filipa Negrão, 12.º A
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Nos dias de hoje, todos (ou quase todos) vivemos cansados. Não é só de agora que isto acontece. Contudo, nos últimos tempos, esta realidade tem vindo a intensificar-se. Por um lado, percebo que isso aconteça, por outro, e muitas vezes, não faço a mínima ideia do porquê de tal coisa. Para além disso, a vivência acelerada do tempo é algo que me afeta em particular. Passo a explicar.
Os estudantes são uma realidade que não posso dizer que conheço assim tão bem, já que somos todos diferentes, cada um vive as suas experiências, e mesmo experiências semelhantes são interpretadas de forma única por cada um de nós. Já para não falar das enormes diferenças que se verificam de país para país e de cultura para cultura. Ainda assim, vou cumprir o meu papel e falar um pouco pelos estudantes e jovens que estão na mesma situação que eu. Impera, a meu ver, nos dias de hoje, uma atitude paradoxal em relação aos adolescentes. São confiadas em nós cada vez mais responsabilidades e mais tarefas, contudo, cada vez mais vivemos sob rédea curta. Temos de estudar, de tirar os melhores resultados para entrar num certo curso, numa certa universidade e, ainda para mais, temos também de gostar de certas coisas e comportarmo-nos de certa maneira! É muito difícil. Se não alcançamos os resultados esperados, sentimos pressão de tudo e de todos para o fazer. Como se não bastasse a pressão que já colocamos em nós próprios (falo por experiência própria). Mas enfim! E ainda para mais temos de nos preparar para a idade adulta, temos de aguentar e suportar tudo, fazer as tarefas domésticas, visitar os familiares, conviver com os amigos… O que eu quero dizer é que agora até descansar é uma obrigação! Isto é incompreensível. Há uns tempos fiquei a saber que na Coreia do Sul existe um provérbio que, aplicando-se aos estudantes, diz mais ou menos que o sucesso é de quem dorme quatro horas por dia. Para quê? Para termos depressão, nos suicidarmos? Espero que o nosso país nunca chegue a esse ponto.
Não é difícil alterar isso. O tempo passa mais rápido agora porque assim o desejamos. Não nos contentamos com informação rápida e instantânea. A nossa vontade de querer mais e melhor, fez-nos, na minha opinião, exagerar! Precisamos de nos acalmar e de pensar no que estamos a fazer. Basta interrogarmo-nos acerca da necessidade de aprender certas matérias, por exemplo.
Para concluir, gostaria apenas de referir que defendo um certo rigor e responsabilidade, sem isso, nada feito. Mas tudo o que é demais é demais!
José Tojal, 12ºA
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Atualmente, a nossa sociedade vive em função do tempo. Cada um de nós tem a sua rotina e é a partir dela que vivemos a maior parte dos nossos dias. Esta típica maneira de viver pode levar à monotonia e originar cansaço.
Ter uma rotina é fundamental para nos organizarmos no trabalho, nos estudos e noutras tarefas, no entanto, por vezes, pode ser limitativa, impedindo-nos de realizar atividades diferentes das já planeadas para o dia.
Organizamos as múltiplas tarefas a realizar no intervalo de tempo limitado. Muitas vezes, a realização de todas essas tarefas é impossível, parecendo-nos que o tempo está a passar muito rapidamente. Estas situações causam momentos de ansiedade e stress.
A maneira como vivemos em função do tempo não é, em muitos casos, saudável. Pessoas que trabalham seis dias por semana com uma rotina monótona podem sentir-se infelizes. Uma vida rotineira e quase automática diminui a nossa criatividade e pode impedir a realização de atividades diferentes e espontâneas.
Para evitar uma vida aborrecida e stressante, devemos quebrar rotinas e desafiarmo-nos a experimentar algo novo frequentemente. No entanto, como foi mencionado anteriormente, uma rotina é fundamental para a maior parte dos trabalhos. Devemos ser realistas e planear para o dia um número razoável de tarefas, de modo a serem possíveis de realizar e a termos tempo para as atividades que nos animem ou acalmem.
Assim, concluo que as rotinas diárias, apesar de essenciais, podem não ser favoráveis para a nossa vida, pelo que devemos desafiá-las de forma a vivermos de forma tranquila e motivada, mas também organizada.
Matilde Barreto, 12º A